Metamorfose

Metamorfose
Parafraseando Raul Seixas: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo (...) Eu vou lhes dizer agora o oposto do que eu disse antes!"

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Stat sua cuique dies": "A cada um seu dia"


Os dizeres do título deste texto foram retirados da Eneida, de Virgílio. Eles revelam a nós, mortais, ansiosos por natureza, que o momento chega para todos. E é exatamente isso que contemplarei nesta primeira postagem.

Seguindo os ensinamentos do Pai, em Eclesiastes, 3, 1-8, somos levados a refletir o seguinte:“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus: tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir; tempo para chorar; e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar; tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo dar abraços; e tempo para apartar-se; tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora; tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar; tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz.”
Essas sábias palavras explicam a criação deste blog. Em minha existência, sempre ouvi sugestões para criar um espaço para publicar meus textos, trabalhos, devaneios e conjecturas. Convivi com essas ideias durante muito tempo. Hesitei, muitas vezes, empolguei, outras tantas. Entretanto, jamais ousei assim proceder e, sinceramente, desconheço o motivo.

De repente, surge uma inquietação tremenda, conotativamente entendida como contrações, dores do parto. É chegada a hora. Este é o momento! Para alguns, tardio, para outros, incipiente, para mim, exato!!!!

A paixão pela leitura e pela escrita sempre acompanhou minha trajetória. E hoje, no auge de minha fase balzaquiana, ainda que a gestação tenha durado décadas, sinto que é o instante do parto. Mas é um parto diverso, ímpar, pois é múltiplo, em doses homeopáticas, nascimento e re-nascimento diário, um caleidoscópio de emoções veladas que, paulatinamente, se descortinam...

Tudo o que for postado aqui será um pedacinho de mim. Há uma máxima latina que ensina: "Gaudeat illa domus, quando bonus est ibi promus", traduzindo, "Pela casa se conhece o dono". Esta é minha casa e, consequentemente, a casa sou eu.

Abraços!