Metamorfose

Metamorfose
Parafraseando Raul Seixas: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo (...) Eu vou lhes dizer agora o oposto do que eu disse antes!"

sábado, 20 de novembro de 2010

Fenômeno

(Renata Maurício Sampaio)

A Vida segue seu curso natural:
É um rio.
Muitas vezes beleza,
Outras, tristeza,
O vazio.

A Vida-Rio desliza por entre as pedras do Acaso
Pedras que edificam sonhos
Mas promovem também  o fracasso
Tornando o trajeto sinuoso e medonho.

 Oh Rio-Vida!
Ajude o dia a vestir seu manto escuro,
Mas presenteie os mortais com a claridade
Que amanhece o incerto futuro
E  traz serenidade.

Transforme as turvas águas
Na fonte  mais cristalina e pura
Lave do meu coração as mágoas
Não deixe minha vida escura!

Goteje sob  meus dedos sutis
E  inunde meu Ser de esperança.
Escape dos meus desejos vis
Quero ser novamente criança!

Abro-te, ó Vida, caixinha de surpresas,
Retiro de ti um momento  jamais vivido.
Embriago-me sem  defesas
Feito uma criança que sorri para o desconhecido.

Assim também procedo:
Como o rio
Na tentativa de vencer o medo,
Sigo em frente, choro e rio.

Quero desaguar-me no Mar do Indescritível
Viver um momento imprevisível
E experimentar sensações inimagináveis
Fontes de prazer inesgotáveis.

Vou soçobrar e vir à tona novamente
Mergulhando incessantemente
Com o fôlego das criaturas imortais
Que não se contentaram com a beira do cais.

E,  quando for chegada a minha hora
Quero beijar sorrindo  a face fria da Morte
Porque vivi o Agora
E cumpri minha Sorte!

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